O crescente desenvolvimento comercial e industrial da região deu um novo alento à associação pioneira na idealização deste tipo de ensino, para voltar a relançar os alicerces de uma Escola Comercial, de acordo com as novas necessidades da educação nacional.
Coube à antiga “Associação Comercial”, agora designada de “Grémio do Comércio dos Concelhos de Torres Vedras, Cadaval e Sobral de Monte Agraço”, a responsabilidade pela abertura, em definitivo, de uma escola comercial, criada por alvará de 10 de Outubro de 1944 (CABRAL, Raul, ob.cit.) .
Foi baptizada como Escola Comercial António Augusto Cabral, em homenagem ao homem que, à frente do município torriense em 1919, tinha sido responsável pela instalação da Escola Secundária e, como dirigente da associação comercial local, dos que mais pugnou na defesa da criação de uma escola comercial em Torres Vedras.
As aulas iniciaram-se em 14 de Outubro de 1944, sendo a escola dirigida pelo Dr. Albarran Grilo.
Em sessão solene de abertura desse primeiro ano lectivo, o professor José Carvalho Mesquita, também docente nessa escola, justificava essa iniciativa e a importância desse novo estabelecimento de ensino, pela necessidade de, num “meio comercial, como o é Torres Vedras” se puder oferecer aos seus filhos o ensino da “técnica comercial”, sem que o concelho “tivesse necessidade de importar os seus contabilistas e guarda-livros”.
Essa escola era então “uma promessa, em betão” que funcionava em “acanhadas instalações”, cedidas pela Escola Secundária Municipal, apenas com “um curso nocturno frequentado por 26 alunos e alguns ouvintes”.
Por isso, e porque os “pedidos de matrícula dariam (...) para abrir duas turmas no 1º ano”, prometia-se para o próximo ano lectivo “novas e mais amplas instalações” e aulas diurnas (MESQUITA, José Carvalho, História do Ensino secundário em Torres Vedras, ed. 1969) .